Hoje sabemos que muitas doenças sistêmicas podem se originadas ou agravadas pelo tratamento endodôntico mal conduzido ou por infecções endodonticas não tratadas.
Vamos abordar o artigo publicado na revista Nature, com o titulo:
Oral Cnm-positive Streptococcus Mutans Expressing Collagen Binding Activity is a Risk Factor for Cerebral Microbleeds and Cognitive Impairment.
Neste trabalho foi observado a presença de microAVC (CMBs) e problemas cognitivos com a presença de Streptococcus Mutans.. Mostramos que a proteína denominada de Cnm com superfície de ligação ao colágeno ou simplesmente cnm positivo presente no Streptococcus mutans cnm positivo, está envolvida no desenvolvimento de CMBs. No entanto, não está claro como o processo se desenvolve a atividade do S. mutans cnm-positiva está relacionada à natureza dos CMBs ou ao comprometimento cognitivo.
Duzentos e setenta e nove residentes da comunidade (70,0 anos) foram examinados quanto à presença ou ausência de S. mutans cnm-positivos na saliva por PCR e atividade de ligação ao colágeno, CMBs e função cognitiva. No presente estudo, S. mutans Cnm-positivos foram detectados com maior frequência entre indivíduos com CMBs (p <0,01) do que aqueles sem. O risco de CMBs foi significativamente maior (odds ratio = 14,3) no grupo com S. mutans Cnm-positivos expressando atividade de ligação ao colágeno, em comparação com o grupo sem esse achado. Já os CMBs profundos foram mais frequentes (67%) e a função cognitiva foi menor entre os indivíduos com S. mutans cnm-positivos que expressam atividade de ligação ao colágeno.
Este trabalho apoia o papel da saúde bucal no acidente vascular cerebral e na demência e expõe o um mecanismo molecular para essa interação.
A endodontia temos a presença de S. mutans em grande quantidade principalmente na fase de Shift-microbiano descrito por Marsh e Martin em 1992 que em paciente pode elevar a possibilidade de acidente vascular cerebral e acentuar os problemas cognitivos.
Comentem abaixo qual é o impacto sobre sua visão da responsabilidade na realização do tratamento endodôntico.
Link para o artigo original. https://rdcu.be/b3rY7
Neurocientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Queen’s University (Canadá) publicaram um artigo, indicando que a COVID-19 pode afetar o sistema nervoso central e prejudicar o funcionamento do cérebro a longo prazo. O estudo foi publicado na revista Trends in Neurosciences, do grupo Cell, e tem como objetivo alertar a comunidade médica e científica sobre a importância de acompanhar os pacientes infectados com o novo coronavírus mesmo depois que eles se recuperarem dos sintomas respiratórios.
O pesquisador da UFRJ, Sérgio Ferreira, é um dos autores do artigo. Ele informou que uma pesquisa recente publicada na China indica que 36% dos infectados apresentaram problemas neurológicos. Na França, neurocientistas também identificaram nos pacientes com a COVID-19 sintomas como desorientação, confusão mental, perda de memória e agitação.
O estudo indica que alterações neurológicas e da imagem cerebral, incluindo encefalite, já foram descritas em pacientes internados com a doença, inclusive nos hospitais da Rede D'or. A encefalite é uma inflamação cerebral e segundo os neurocientistas isso pode causar alterações graves no funcionamento do cérebro no futuro. Pesquisas indicam que os efeitos neurológicos do SARS-CoV-2 podem favorecer o desenvolvimento de Alzheimer, Parkinson e outros distúrbios neurodegenerativos ou neurológicos como os cognitivos e AVC.
Então podemos observar que tanto a Covid19 como as infecções endodônticas podem produzir problemas neurológicos, neste momento de pandemia o profissional deve orientar aos seus pacientes na possível potencialização de problemas neurológicos da covid19 sobre tratamentos ou doenças endodônticas não tratadas corretamente.
E nossa responsabilidade de salvar vidas.
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