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A importância da anestesia na endodontia: como indicar, desafios e atualizações.

Nosso post desta semana é sobre a anestésicos locais aplicados em odontologia mais especificamente na Endodontia.






Primeiro passo, o que é classificação ASA?


A classificação ASA (American Society of Anesthesiologists) é uma escala usada para avaliar o risco de complicações em pacientes durante a anestesia. Essa classificação é baseada em uma avaliação da condição física do paciente antes da cirurgia ou procedimento.


Essa classificação é dividida em seis categorias, que são:

  • ASA 1: pacientes saudáveis sem doença sistêmica significativa. Esses pacientes não apresentam nenhuma doença ou anormalidade que possa afetar a cirurgia ou a anestesia. Exemplos de pacientes ASA 1 incluem indivíduos jovens e saudáveis ​​que não fumam e não consomem álcool em excesso.

  • ASA 2: pacientes com doenças sistêmicas leves. Esses pacientes apresentam uma doença sistêmica controlada e bem gerenciada, que não é incapacitante. Exemplos de pacientes ASA 2 incluem indivíduos com hipertensão arterial, diabetes mellitus controlada, anemia ou asma leve.

  • ASA 3: pacientes com doenças sistêmicas moderadas. Esses pacientes apresentam uma doença sistêmica que é controlada, mas que pode ser incapacitante. Exemplos de pacientes ASA 3 incluem indivíduos com doença cardíaca leve, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou diabetes mal controlada.

  • ASA 4: pacientes com doenças sistêmicas graves que ameaçam a vida. Esses pacientes apresentam uma doença sistêmica que é incapacitante e pode ser potencialmente fatal. Exemplos de pacientes ASA 4 incluem indivíduos com insuficiência cardíaca congestiva descompensada, DPOC grave ou doença renal crônica.

  • ASA 5: pacientes com doenças sistêmicas graves que são imediatamente ameaçadoras à vida. Esses pacientes apresentam uma doença sistêmica que é grave e ameaça imediatamente a vida. Exemplos de pacientes ASA 5 incluem indivíduos com choque, parada cardíaca ou AVC.

  • ASA 6: pacientes declarados mortos com órgãos sendo doados.

É importante ressaltar que a classificação ASA é apenas uma das várias ferramentas usadas para avaliar o risco do paciente durante a anestesia e cirurgia. Outros fatores, como a idade, o peso, o estado emocional e o tipo de cirurgia ou procedimento também devem ser considerados.

Em relação aos anestésicos odontológicos, é importante avaliar a condição do paciente com relação à classificação ASA antes de administrar qualquer anestésico. Em geral, os anestésicos locais usados em odontologia são considerados seguros para pacientes ASA 1 e 2. Pacientes ASA 3 podem requerer precauções adicionais ou a escolha de um anestésico local com menor toxicidade. Pacientes ASA 4 e 5 são considerados de alto risco para complicações e podem requerer anestesia geral em um hospital com suporte avançado de vida.


 

Então o nosso problema é pacientes ASA 3?


Os anestésicos locais mais utilizados em odontologia são a lidocaína, a mepivacaína, a bupivacaína e a articaina. Para pacientes ASA 3, recomenda-se o uso de anestésicos locais com menor toxicidade e menor risco de complicações.

Entre os anestésicos locais mais seguros para pacientes ASA 3 estão a lidocaína a 2% com vasoconstritor 1:100.000 ou 1:200.000 e a mepivacaína a 2% com vasoconstritor. Esses anestésicos são considerados seguros e eficazes para a maioria dos procedimentos endodônticos em pacientes com condições sistêmicas moderadas.



 

E a Articaína em pacientes ASA 3?


A articaína é um anestésico local amplamente utilizado na odontologia, devido à sua eficácia e rápida ação anestésica. No entanto, há controvérsias em relação à sua segurança em pacientes com condições sistêmicas moderadas (ASA 3).

Enquanto alguns estudos sugerem que a articaína é segura e eficaz em pacientes com condições sistêmicas moderadas, outros estudos apontam para o risco potencial de complicações cardiovasculares em pacientes com doenças cardíacas pré-existentes graves, que são essas:


  1. Infarto agudo do miocárdio (IAM): ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do músculo cardíaco é bloqueado, geralmente por um coágulo de sangue, causando danos irreversíveis ao coração.

  2. Insuficiência cardíaca: é uma condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo, levando a sintomas como fadiga, falta de ar e inchaço nos membros.

  3. Arritmias cardíacas: são alterações no ritmo normal do coração, podendo levar a sintomas como palpitações, tonturas e desmaios. Algumas arritmias, como a fibrilação atrial, podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC).

  4. Cardiomiopatias: são doenças do músculo cardíaco que afetam a capacidade do coração de bombear sangue adequadamente. Existem vários tipos de cardiomiopatias, incluindo a cardiomiopatia dilatada, a cardiomiopatia hipertrófica e a cardiomiopatia restritiva.

  5. Doença arterial coronariana (DAC): é uma condição em que as artérias que fornecem sangue ao coração (artérias coronárias) ficam estreitadas ou obstruídas, o que pode levar a um IAM ou angina (dor no peito).

  6. Doença valvular cardíaca: é uma condição em que uma ou mais das quatro válvulas cardíacas não funcionam adequadamente, podendo levar a sintomas como fadiga, falta de ar e inchaço nos membros.

Por essa razão, alguns profissionais preferem evitar o uso de articaina em pacientes ASA 3, portadores de doenças cardíacas graves e optar por anestésicos locais mais seguros, como a lidocaína a 2% com vasoconstritor 1:100.000 ou 1:200.000 e a mepivacaína a 2% com vasoconstritor.


 

E o vasoconstritor, qual é o melhor?


Não há um vasoconstritor considerado o "melhor" para uso em anestésicos locais em odontologia, pois cada um possui suas próprias características e efeitos, e a escolha do vasoconstritor mais adequado depende das necessidades e condições individuais do paciente.

Os vasoconstritores mais comuns usados em anestésicos locais em odontologia são a epinefrina (adrenalina), a noradrenalina e a fenilefrina. A epinefrina é o vasoconstritor mais utilizado em anestésicos locais em odontologia, devido à sua eficácia em prolongar a duração do efeito anestésico, bem como a sua ação hemostática, reduzindo a vascularização no local da aplicação.

No entanto, em pacientes com condições de saúde específicas, como hipertensão arterial, doenças cardíacas ou hipertireoidismo, pode ser necessário evitar o uso de vasoconstritores, ou utilizar vasoconstritores com menor potência, como a fenilefrina. Nesses casos, a escolha do vasoconstritor deve ser individualizada e baseada na avaliação clínica do paciente.


 

Quantos a tubetes de anestésicos posso utilizar em um procedimento odontológico ?


Tipo de ASA

Fator determinante

Cálculo

Quantidade Máxima

ASA 1

Peso do Paciente​

1 tubete/10kg

10

ASA 2

Peso do Paciente

1 tubete/10Kg

10

ASA 3

Quantidade de vasoconstritor

No máximo de 0,04mg de epinefrina

2 tubetes para anestésicos 1:100000 e 4 para anestésicos 1:200000.


 

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