Avaliando a Contribuição Iatrogênica para Contaminação Durante o Tratamento do Canal Radicular.

Introdução.

A assepsia em endodontia visa controlar todas as fontes potenciais de infecção. A introdução inadvertida de bactérias no sistema de canais radiculares pode ocorrer quando a cadeia asséptica é rompida durante o tratamento. Portanto, medidas são tomadas para evitar esse acesso microbiano e estabelecer um ambiente asséptico. Este estudo teve como objetivo avaliar a contaminação bacteriana potencial e o risco potencial de introdução iatrogênica de 7 áreas compreendendo superfícies, instrumentos e limas adquiridas durante o tratamento de 30 dentes polpas vitais.

Métodos

Amostras bacterianas foram coletadas de brocas de acesso, limas, réguas endodônticas, superfícies de dique de borracha, luvas e instrumentos. O DNA genômico foi extraído e quantificado por reação em cadeia da polimerase quantitativa. Os tipos bacterianos foram determinados usando sequenciamento de PCR.

Resultados

Altas frequências de contaminação e número microbiano foram encontradas em todos os tipos de amostras examinadas.

1. 38% das limas iniciais introduzidas no canal radicular tinham níveis significativos de bactérias no ponto de obturação, incluindo patógenos endodônticos.

2. 50% das superfícies do dique de borracha estavam contaminadas com cargas bacterianas substanciais no momento da obturação.

3. 20 a 30% das luvas, instrumentos e réguas apresentavam com bactérias antes da obturação.

O sequenciamento de PCR revelou a origem predominante oral ou endodôntica desses contaminantes, com os seguintes gêneros identificados: Streptococcus , Rothia , Granulicatella , Cutibacterium ,Corynebacterium , Peptostreptococcus e Fusobacterium. Juntos, esses achados destacam o risco potencial de reintrodução de bactérias endodonticamente relevantes durante o tratamento.

Conclusões

Luvas, diques de borracha, instrumentos e limas adquirem contaminação bacteriana durante o tratamento em altas frequências e cargas. Isso destaca o risco potencial de contaminação iatrogênica no ponto clinicamente vulnerável da obturação do canal. Medidas para lidar com isso podem melhorar os resultados clínicos.

Opinião da Endotoday.

Neste artigo fica claro que hoje a quebra da cadeia asséptica e um dos maiores fatores que levam o fracasso do tratamento endodôntico. Medidas simples como desinfectar o lençol de borracha com clorexidina a 2% é altamente eficiente para a sua manutenção e evita a possível contaminação do canal radicular.

Por isso a atenção máxima na manutenção da cadeia asséptica é um passo muito importante para o sucesso clínico afinal podemos dizer que a cadeia asséptica é a ante-sala para o sucesso.