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"Children of the magenta", o que a aviação pode nos ensinar na endodontia?

Você daria um Porshe para a sua filha de 17 anos quando ela só andou de bicicleta antes?Neste artigo, vamos fazer uma reflexão sobre o uso da tecnologia na endodontia. Deste a década de 80 no século passado vemos tendo um avanço muito grande na tecnologia aplicada a resolver os problemas endodônticos.

Tivemos neste período de 1980 a 1990, o lançamento da lima Flexofile em 1982 juntamente com a técnica de Goerig facilitando a endodontia de molares, Walia introduz as limas manuais em níquel-titânio em 1988 que possibilita o tratamento endodôntico de canais curvos com mais segurança e poucos acidentes.

Já no período de 1991 a 2000, aproveitando os trabalhos de Walia, em 1992, John McSpadden lança nos EUA um sistema revolucionário que mudaria o jeito de instrumentar um canal radicular, o sistema NiTImatic, que introduz o conceito de instrumentalização rotatória em NITI e limas com variação de conicidade abandonando a conicidade 0,02 mm/mm preconizado por Ingle em 1960 que permite a execução de um tratamento endodôntico com rapidez, eficiência e com pouco stress para o paciente e profissional. Gary Cars em 1992, traz para a endodontia a microscopia operatória com o intuito de magnificar os interiores dos canais para facilitar a endodontia uma tentativa de deixar de encheram com as mãos e passar a enxergar com a visão e no final da década inicia as pesquisas com a imagenologia até do uso da Tomografia computadorizada que seria no próximo século uma grande ferramenta no auxílio da endodontia.

No período do início do século XXI, começaram a surgir variações das ligas de níquel titânio com um tratamento térmico mais eficiente possibilitando limas endodonticas mais flexíveis como a TF e o K3XF na época da Sybron Kerr, em 2007 surge a liga M-Wire da Tulsa com o sistema Profile Vórtex e o retorno a endodontia comas novas gerações de ultrassom e o emprego dos localizadores eletrônico foraminais e introdução da tomografia computadorizada na endodontia. Surgiram técnicas mais eficientes de obturação dos canais radiculares como o sistema ADO e a técnica do cone único.

Já nesta década que tivemos a introdução dos sistemas oscilatório não recíproco com o lançamento do Recíproc e WaveOne isto em 2012, nesta ocasião um colega chegou a profetizar o fim da especialidade da endodontia pela facilidade de instrumentar com uma Lima única que logicamente não chegou a realizar. Vieram as limas Hyflex CM com uma flexibilidade que nenhuma lima havia conseguido tanto que ganhou o apelido de Lima dos Endodontista pois é usada em anatomia complexas. Depois em 2014 viram as limas de pós instrumentação como XP Finisher e em 2016 a XP Shaper. Foi nesta época que A.A.E. publicou os novos termos e condutas para o diagnostico endodôntico assim para orientar o planejamento do tratamento endodôntico. Em 2016, a Coltene lança uma nova lima com um conceito diferente de usinagem da lima, de vez usar um torno, utiliza o processo de eletro-erosão que seria a Hyflex EDM. Ainda nesta década chega ao mercado os cimento biocerâmicos que seria a nova evolução em resposta biológica positiva para o reparo local.

Com todas essa revolução e evolução tecnológica porque trabalhos recentes demostram que o índice de sucesso na endodontia depois de atingir o ápice no final dos anos noventas vem caindo ano a ano. Permitindo inclusive que falsos documentários como o que ocorreu na Netflix com o titulo “Root Cause”, que fez um grande desserviço para a Endodontia. Mas qual é a causa desta reviravolta?

Podemos hoje fazer uma avaliação mais sensata de alguns motivos que levam a queda no sucesso endodôntico:


Primeiro, uso intenso da tecnologia sem os devidos conhecimentos sobre ela e aqui voltamos ao titulo deste post, afinal o que é "Children of the magenta"? Este termo foi criado pelo instrutor de voo Greg Hickey, que devido a alto emprego da tecnologia muitos pilotos não conseguem voar sem eles e quando perdem o envelope de proteção de voo, acabam por ser perder a podem causar acidente, como ocorreu no voo da Air France 447 em 1 de junho de 2009. E o mesmo ocorre na Endodontia, o emprego da tecnologia chegou a um ponto que os profissionais mais experiente tira o máximo de proveito mas muitos colegas ficam totalmente dependente da tecnologia mas com pouco conhecimentos e o na maioria das vezes estes conhecimentos são buscados em redes sociais, aonde na grande maioria são baseados em experiências pessoais e não em trabalhos científicos, de vez buscar em cursos específicos de reciclagem profissional, lembrando que hoje em um período de 4 anos podemos ficar totalmente defasados.


Segundo é a falta de critérios na condução de tratamento endodôntico com pouca aplicação sobre o diagnóstico clínico.


Terceiro, o abandono da biologia aplicada, consideram somente a parte técnica do tratamento endodôntico e deixam os aspectos biológicos, sistêmicos que podem a médio ou longo prazo comprometer a saúde do paciente.


Quarto e o último fator é a aplicação de algumas técnicas preconizadas por fabricantes que carecem de estudos científicos específicos ou mesmo de algum respaldo cientifico assim como o marketing pesado sobre alguns produtos que levam o profissional acreditar que somente este produto que irá resolver os seus problemas ou fará dele um profissional diferenciado.


Temos que estudar, adquirir conhecimentos, quanto mais tecnologia mais conhecimentos devemos ter sobre a própria tecnologia para termos sucesso.


Então estudar, estudar, estudar e estudar.

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