Como proceder em um canal atrésico e o extravasamento compromete a obturação?
- Endotoday
- 20 de abr. de 2021
- 3 min de leitura
Neste caso clínico paciente do sexo masculino, com 34 anos com um quadro de periodontite apical assintomática sem radiolucência no dente 46. Que no aspecto radiográfico os canais mesiais estão atrésiados. Neste caso em especifico a associações de sistema também chamado de hibridização foi de fundamental importância para resolver o quadro clínico.
O paciente apresentava sem dor e sem nenhuma alteração local, teste de sensibilidade negativo e testes de percussão também negativos.
Diagnóstico:
Periodontite apical assintomática.
Primeira sessão.

Paciente foi higienizado e feito profilaxia prévia com clorexidina à 0,12%.
Anestesia de bloqueio com articaína a 4%.
Isolamento absoluto.
Desinfecção do campo operatório com clorexidina a 2%
Abertura coronária com fresas esféricas número 4 e endo-z para dar a forma de conveniência.
Irrigação da câmara pulpar até o terço médio com solução a 5,25%.
Nos canais mesiais eram de difícil penetração por estarem bem atrésicos, neste caso na embocadura dos canais mesiais colocamos com uma ajuda de navtips, o File Eze com a função de auxiliar na exploração do canal radicular. E com dificuldade utilizando uma lima manual número 08 conseguimos chegar ao comprimento real de trabalho e desbridar, com o auxílio do localizador eletrônico foraminal.
Para facilitar o acesso a região apical nos mesiais utilizamos as limas R-Pilot para realizar a expansão do canal radicular.
O protocolo de irrigação aplicado foi:
Exploração do terço cervical com lima manual 10.
Irrigação com solução de hipoclorito de sódio a 5,25% com as agulhas endo-eze irrigator.
Exploração do terço médio com lima manual 10.
Irrigação com solução de hipoclorito de sódio a 5,25% com as agulhas endo-eze irrigator.
Exploração do terço apical com lima manual 10.
Irrigação com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% com as agulhas navtips.
Determinação da Lima apical inicial que neste caso os canais mesiais a lima apical inicial foi a lima número 10 e a lima apical inicial de número 15. Portando a confecção do glide path será necessário nos três canais, porem nos mesiais foi utilizado as R-Pilot.
Então a seqüência foi :
Canais vestibulares --> R-Pilot --> 15/04(Glide Path) --> 20/06 --> 25/06.
Canal distal --> 15/04(Glide Path) --> 20/06 --> 25/06 --> 35/04 --> 40/04
Sempre irrigando e aspirando com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% em cada troca e mergulhando em água aquecida a cada uso em cada canal.
EDTA com agitação por 3 minutos.
Secagem dos canais
Calen + PMCC por 21 dias
Selamento com ionômero de vidro.


Segunda sessão.
Anestesia de bloqueio com articaína a 4%.
Abertura coronária com fresas esféricas número 4.
Isolamento absoluto.
Desinfecção do campo operatório com clorexidina a 2%.
Remoção de curativo com hipoclorito de sódio a 2,5%
Levando o instrumento memória em cada canal.
EDTA com agitação por 3 minutos.
Secagem dos canais.
Obturação com Sistema ADO utilizando o AH Plus Jet.

Após a obturação for constatado um pequeno extravasamento de cimento endodôntico na raiz distal, é o que pode prejudicar o meu paciente. Temos que observar dois fatores que podem prejudicar o seu paciente:
1) Qual é o tipo de cimento utilizado, se forem os cimentos endodônticos classificados com biológicos, estes cimentos não causam nenhuma reação inflamatória significativa e acaba se integrando a região periapical, diferente dos cimentos irritantes que podem causar um infiltrado inflamatório de baixa intensidade.
2) A presença física do cimento endodôntico na saída do forame, impede que ocorra o selamento biológico, que seria a deposição de cimento na região apical separando biologicamente o interior do canal com a região de periápice formando uma barreira contra possíveis recidivas bacterianas provindas de uma infiltração coronária por exemplo. Já o forame preenchido por cimento endodôntico por melhor que ele seja sempre haverá uma linha de infiltração na região apical que poderá levar mais rapidamente ao fracasso se houve um infiltração coronária.
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