O artigo mais lido hoje no Journal of endodontics é uma publicação feito pela Universidade do Texas em conjunto com a USP- Bauru. E o assunto refere as associação de patologias endodônticas com doenças cardíacas.
Periodontite apical (PA) e doenças cardiovasculares (DCV) são condições crônicas desencadeadas por um processo inflamatório e compartilhando patogênese e agentes moleculares semelhantes. Estudos anteriores têm sugeriram que a PA pode perpetuar um estado de inflamação sistêmica e, por sua vez, contribuir para a DCV. No estudo, investigou a associação potencial entre patologia endodôntica e DCV usando métodos epidemiológicos e abordagens genéticas.
Análise epidemiológica foi realizada consultando os registros médicos e odontológicos de> 2 milhões de pacientes. Recuperamos informações na história positiva / negativa para patologias endodônticas e CVDs usando códigos de diagnóstico e tratamento de um sistema de registro eletrônico de saúde de pacientes com base na escola odontológica e hospitalar. Um estudo de associação genética caso-controle também foi realizado; 10 nucleotídeo (Tabela 1) em genes identificados como fortemente associados a DCV foram genotipados em 195 casos com PA e 189 indivíduos controle sem PA.
Associações significativas foram encontradas entre a presença de patologia endodôntica e história de hipertensão, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, marcapasso, insuficiência cardíaca congestiva, bloqueio cardíaco, trombose venosa profunda. Foi encontrada uma associação modesta para sopro cardíaco e fibrilação atrial (P = 0,04). Uma tendência para associação positiva (P = 0,05) também foi encontrada entre PA e um polimorfismo de nucleotídeo único KCNK3, um gene conhecido por estar envolvido no aumento da suscetibilidade à hipertensão.
Os resultados deste estudo apoiam achados anteriores de uma associação positiva entre DCVs e fatores relacionados a DCV (por exemplo, hipertensão) com patologias endodônticas. Os estudos genéticos representam ferramentas valiosas para ajudar a elucidar se existe sobreposição etiológica potencial entre patologias endodônticas e DCVs ou outras condições sistêmicas. De notar, as associações aqui relatadas não refletem uma causa-efeito relação; entretanto, indivíduos com patologias endodônticas podem acumular fatores de risco adicionais que mais tarde predispõem a hipertensão e / ou outras DCV.
E vem de encontro a outros posts publicados neste blog:
Já o artigo publicado na Cardiovasc Resource publicado na data de 1 de agosto faz uma correlação da covid19 com sistema cardiovascular, deste da implicações, risco, diagnóstico e opções de tratamentos.
O risco de infecção grave e a mortalidade aumentam com o avanço da idade e do sexo masculino. A mortalidade é aumentada por comorbidades: doença cardiovascular, hipertensão, diabetes, doença pulmonar crônica e câncer. As complicações mais comuns incluem arritmia (fibrilação atrial, taquiarritmia ventricular e fibrilação ventricular), lesão cardíaca, miocardite fulminante, insuficiência cardíaca, embolia pulmonar e coagulação intravascular disseminada (DIC).
A avaliação precoce e o monitoramento contínuo de danos cardíacos e coagulação após a hospitalização podem identificar pacientes com lesão cardíaca e prever complicações no COVID-19.
O que os dois artigos tem em comum?
É que algumas comorbidades que aumentam o risco para o paciente com covid19 principalmente os cárdíacos são os mesmos que foram potencializados por pela permanência de patologias endodônticas. Ainda é precoce a relação direta entre patologias endodônticas e a covid19 mas pelos artigos já publicados podemos concluir que uma saúde endodôntica precária pode comprometer a expectativa de vida do paciente principalmente em tempo de pandemia.
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