Introdução
O objetivo deste estudo foi identificar lesões periapicais não endodônticas (LNPs) que mimetizam a patologia endodôntica mais frequentemente encontrada pelos clínicos.
Métodos
Um estudo retrospectivo foi realizado em biópsias obtidas de 2015-2020 no laboratório de patologia oral da Texas A&M College of Dentistry. O banco de dados on-line foi selecionado para casos submetidos como suspeita de patologia endodôntica usando palavras-chave específicas. Os diagnósticos histológicos foram coletados para determinar a prevalência de NPLs que originalmente se pensava serem de origem endodôntica. A frequência e porcentagem de patologia endodôntica e NPLs foram documentados.
Resultados
Entre 6.704 biópsias diagnosticadas clinicamente como lesões endodônticas, 190 (2,8%) foram diagnosticadas histopatologicamente como NPLs. Os NPLs mais frequentes foram ceratocisto odontogênico (n=70; 36,8%), displasia cemento-óssea (n=27; 14,2%) e cisto dentígero (n=22; 11,6%). De todos os NPLs, 3,7% eram neoplasias malignas, sendo o diagnóstico mais comum o carcinoma espinocelular. Dos 6.514 diagnósticos histológicos endodônticos, a prevalência de granulomas e cistos periapicais foi de 60,2% (n=3.924) e 39,1% (n=2.549), respectivamente.
Conclusões.
Embora a maioria das submissões endodônticas sejam provavelmente diagnosticadas histologicamente como granuloma ou cisto periapical, o clínico deve estar ciente de que uma pequena porção dessas lesões pode ser de origem não endodôntica e possivelmente de natureza neoplásica. A avaliação histopatológica de espécimes biópsias é fundamental para obter um diagnóstico adequado para garantir o manejo adequado dos pacientes.
Opinião da Endotoday.
Neste artigo, fica bem claro que podemos ter uma porcentagem pequena de carcinoma nas lesões periapicais. Por isso devemos ter um controle radiográfico por pelo menos 3 anos para termo certeza que o caso evoluiu bem. Outro dado que este artigo nos relata que cisto de origem bacteriana é bem alto cerca de 40% ou seja os cistos de origem bacteriana regride ao tratamento endodôntico. Não índice de fracasso em endodontia não chega a 15%.
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