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O que aconteceu com a taxa de sucesso nos últimos 100 anos na Endodontia.


A evolução da endodontia ao longo do último século reflete avanços significativos em termos de técnicas, materiais e compreensão teórica, que transformaram radicalmente a prática dessa especialidade odontológica. Entre 1924 e 2024, diversas revoluções marcaram a endodontia, melhorando os resultados dos tratamentos, a eficácia dos procedimentos e o conforto dos pacientes. A seguir, destacarei os principais marcos dessa trajetória em termos gerais::


Principais evoluções na Endodontia ao longo das décadas.


Aparelho de Raio X
Aparelho de Raio X

1. Introdução do Raio-X na Endodontia (1920s): Embora o Raio-X tenha sido descoberto em 1895, sua aplicação na endodontia tornou-se mais difundida nas décadas seguintes. A capacidade de visualizar a anatomia interna dos dentes e os tecidos periapicais revolucionou o diagnóstico e o planejamento do tratamento endodôntico.







canal obturado
Canais Obturados

2. Desenvolvimento de Materiais de Obturação (1940s-1950s): A introdução do guta-percha como material de obturação padrão representou uma melhoria significativa em relação aos materiais anteriores. Sua capacidade de se adaptar aos contornos internos do canal radicular melhorou o selamento apical, reduzindo o risco de infecção recorrente.




Lima em NiTi
Lima em NiTi

3. Avanços em Instrumentação (1950s-1990s): A criação de instrumentos mais eficientes e específicos para a endodontia, como limas de aço inoxidável e, posteriormente, de níquel-titânio (NiTi), permitiu uma preparação do canal radicular mais precisa e menos invasiva. Os instrumentos de NiTi, introduzidos nos anos 90, são particularmente notáveis por sua flexibilidade e resistência à fadiga cíclica, facilitando o tratamento de canais com anatomias complexas.




Microscópio operatório
Microscópio operatório

4. Microscopia Operatória (1990s): A introdução do microscópio operatório na endodontia melhorou significativamente a precisão dos procedimentos. A ampliação e a iluminação aprimoradas permitem uma visualização detalhada do campo operatório, melhorando a localização de canais, a remoção de instrumentos fraturados e o tratamento de perfurações.




Ondas de choque do ultrassom
Ondas de choque do ultrassom

5. Irrigação Ultrassônica e Laser (1990s-2000s): A introdução de técnicas avançadas de irrigação, como a irrigação ultrassônica e o uso de lasers, melhorou a limpeza e a desinfecção dos canais radiculares. Estas tecnologias aumentam a eficácia na remoção de detritos e na erradicação de microrganismos dentro dos sistemas de canais radiculares.




Micro Tomografia
Micro Tomografia

6. Tecnologias de Imagem Avançadas (2000s): O desenvolvimento da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (CBCT) proporcionou uma visão tridimensional da anatomia dental e periapical, revolucionando o diagnóstico e o planejamento do tratamento endodôntico, permitindo uma avaliação mais precisa de lesões periapicais, reabsorções radiculares e anatomia do canal.





Formação química do M.T.A.
Formação química do M.T.A.

7. Biocerâmicos e Materiais Regenerativos (2010s): O desenvolvimento de materiais biocerâmicos para uso como seladores e na regeneração de tecidos representou um avanço significativo. Estes materiais possuem propriedades biocompatíveis e bioativas, promovendo a cura e a regeneração dos tecidos periapicais.






A.I.
A.I.

8. Inteligência Artificial e Digitalização (2020s): A incorporação de tecnologias de inteligência artificial e a digitalização de processos na endodontia estão começando a transformar a prática, desde o diagnóstico até o tratamento. A IA pode ajudar na interpretação de imagens, na identificação de padrões de doença e na personalização dos tratamentos.




 

Tecnologia com a Biologia


A evolução da endodontia entre 1924 e 2024 é marcada por avanços significativos tanto em tecnologias quanto em compreensões biológicas. Este período testemunhou transformações que não apenas aprimoraram as técnicas de tratamento endodôntico, mas também expandiram nossa compreensão da biologia pulpar e periapical. A seguir, detalharei os principais marcos dentro deste contexto, divididos em tecnologias e biologias.


Tecnologias


1. Radiografia Digital (Década de 1980): A introdução da radiografia digital revolucionou o diagnóstico em endodontia, permitindo uma visualização mais clara e detalhada das estruturas dentárias e periapicais com menor exposição à radiação.


2. Microscópio Operatório (Início dos anos 1990): O uso do microscópio operatório em endodontia melhorou significativamente a precisão dos procedimentos endodônticos, permitindo uma visualização ampliada do campo operatório, o que é crucial para o sucesso do tratamento de canais radiculares complexos.


3. Instrumentação Rotatória de Níquel-Titânio (NiTi) (Década de 1990): A introdução de instrumentos de NiTi transformou a preparação do canal radicular, oferecendo maior flexibilidade e eficiência na remoção de tecido pulpar e na modelagem do canal, reduzindo o risco de fratura de instrumentos e deformação do canal.


4. Localizadores Foraminais Eletrônicos (Década de 1990): Estes dispositivos aprimoraram a precisão na determinação do comprimento do canal radicular, crucial para o sucesso do tratamento endodôntico, minimizando o risco de perfuração ou subobturação.


5. Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (CBCT) (Início dos anos 2000): A CBCT forneceu uma visão tridimensional detalhada da anatomia dentária, permitindo diagnósticos mais precisos e planejamento de tratamento, especialmente em casos de anatomia complexa ou diagnóstico de lesões periapicais.


6. Laser de Diodo e Laser de Er:YAG (Década de 2000): A aplicação de lasers na endodontia ofereceu novas possibilidades para desinfecção do canal radicular, remoção de tecido pulpar e tratamento de lesões periapicais com menos dor e recuperação mais rápida.


Biologias


1. Compreensão da Microbiologia do Canal Radicular (Década de 1950 em diante): O avanço na microbiologia permitiu uma melhor compreensão dos microrganismos responsáveis pelas infecções endodônticas, levando ao desenvolvimento de técnicas de desinfecção mais eficazes.


2. Cimentos biocompatíveis com os tecidos periapicais (Década de 1980): A pesquisa em cimentos biocompatíveis abriu novas perspectivas para o tratamento mais seguros, possibilitando conseguir o ápice do tratamento endodôntico que é o selamento biológico do ápice pela deposição de cemento e obturação total do canal comentário..


3. Materiais Bioativos (Década de 2010): O desenvolvimento de materiais bioativos, como o agregado de trióxido mineral (MTA), melhorou significativamente o sucesso dos procedimentos de obturação e reparo, promovendo a cicatrização e a formação de tecido duro.


4. Terapia Pulpar Regenerativa (Década de 2010): Esta abordagem inovadora visa regenerar tecidos pulpares danificados em vez de simplesmente remover o tecido infectado ou necrótico, utilizando técnicas que estimulam a atividade celular e a regeneração tecidual.


5. Avanços na Imunologia e Biologia Molecular (Década de 2000 em diante): O progresso nessas áreas ampliou o entendimento dos processos de inflamação e cicatrização em nível celular e molecular, influenciando as estratégias de tratamento endodôntico.


Taxa de Sucesso.


A taxa de sucesso dos tratamentos endodônticos experimentou uma melhoria significativa ao longo do século, de 1924 a 2024, graças aos avanços tecnológicos, ao aprimoramento das técnicas e à evolução do conhecimento biológico. Esses progressos contribuíram para uma compreensão mais profunda das doenças pulpares e periapicais, bem como para o desenvolvimento de métodos de tratamento mais eficazes e menos invasivos.


Taxas de Sucesso ao Longo do Tempo


1. Início do Período (1924-1950): As taxas de sucesso eram relativamente baixas devido à limitação de conhecimentos específicos sobre a biologia pulpar, técnicas rudimentares de instrumentação e obturação, e controle de infecção inadequado. Estima-se que as taxas de sucesso variavam amplamente, mas frequentemente ficavam abaixo de 60%.


2. Décadas de 1950 a 1980: Com o advento de melhores técnicas de assepsia, a introdução de novos materiais de obturação e o aprimoramento das técnicas de instrumentação, as taxas de sucesso começaram a melhorar significativamente, alcançando aproximadamente 75% a 85%.


3. Décadas de 1980 a 2000: A introdução da radiografia digital, do microscópio operatório e dos instrumentos de níquel-titânio (NiTi) para a instrumentação rotatória do canal radicular melhorou ainda mais as taxas de sucesso. Durante este período, as taxas de sucesso do tratamento endodôntico não cirúrgico podiam chegar a 90% ou mais em casos selecionados.


4. Década de 2000 em diante: Com a introdução da tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) para diagnóstico, avanços em materiais bioativos e técnicas regenerativas, além de melhor compreensão da microbiologia endodôntica, as taxas de sucesso continuaram a aumentar. Estudos recentes indicam taxas de sucesso que podem exceder 90% a 95% para tratamentos endodônticos realizados sob condições ideais.


Fatores Influenciadores


  • Diagnóstico e Planejamento Precisos: A capacidade de realizar um diagnóstico preciso e um planejamento de tratamento adequado, especialmente com o auxílio da CBCT, tem sido fundamental para o sucesso endodôntico.

  • Controle de Infecção: A adoção de protocolos rigorosos de controle de infecção, incluindo a esterilização de instrumentos e o uso de barreiras de proteção, contribuiu significativamente para o aumento das taxas de sucesso.

  • Técnicas e Materiais Avançados: A evolução das técnicas de instrumentação, irrigação e obturação, juntamente com o desenvolvimento de materiais mais eficazes e biocompatíveis, como o MTA, melhorou os resultados do tratamento.

  • Terapias Regenerativas: A introdução de terapias regenerativas ofereceu novas possibilidades para o tratamento de dentes com polpa necrosada ou imatura, contribuindo para o aumento das taxas de sucesso em casos previamente considerados desafiadores.


Considerações


É importante notar que, apesar das altas taxas de sucesso, o resultado do tratamento endodôntico pode ser influenciado por vários fatores, incluindo a complexidade anatômica do dente, a presença de infecções periapicais pré-existentes, a qualidade da restauração coronária subsequente e a saúde geral do paciente. A manutenção de uma abordagem baseada em evidências e a contínua educação e treinamento são essenciais para maximizar as taxas de sucesso do tratamento endodôntico.


 



 




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