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Odontologia é baseado em evidências científicas?



Hoje a nossa sociedade está passando por um tipo de pandemia totalmente nova para os tempos atuais, aonde um vírus desconhecido até então, vem colocando a prova toda comunidade científica pela busca de uma solução para combater essa pandemia. Nesta busca muitos caminhos foram abertos, alguns desses caminhos não levaram a nada, outros foram promissores mas no meio de sua jornada mostraram totalmente ineficientes e alguns estão em seus estágios iniciais sendo apenas promissores e só o tempo dirá. É assim que as pesquisas funcionam quase uma roleta de acertos e erros, podemos citar os fármacos apenas 10% das drogas iniciais estudadas chegam as prateleiras. Então seria normal dentro da comunidade científica esses acertos e erros até chegar a um tratamento eficiente no qual poderia ser aplicado a toda população com segurança mas hoje os tempos são outros, as informações estão disponíveis a qualquer cidadão, hoje um celular pode carregar mais informações que o seu proprietário teria condições de absorver, não existe limites para a circulação de informações. Isto é muito benéfico para a evolução da ciência, pois as informações podem chegar muito rápido ao quem precisa dela, salvando vidas, divulgando técnicas ou protocolos clínicos na velocidade da luz, talvez perdendo somente para a descoberta dos Raios X em 1895 por Wilhelm Conrad Röntgen que apenas 54 dias após a sua descoberta, médicos no Canadá salvaram um paciente baleado por terem usado os raios X e localizado com precisão a bala e remover-la com segurança. Isto deixa claro que os dois lados estavam preparados para entender a evidência científica e aproveitar o máximo. Voltando aos dias de hoje, as informações estão fazendo o mesmo percurso feito 1895, saem dos pesquisadores mas quando chega ao outro lado nem sempre é compreendida pois necessita conhecer a linguagem de como é conduzida uma pesquisa com isso gera interpretações equivocadas levando a condutas também equivocadas podemos citar aqui como exemplo a hidroxicloroquina ou mesmo a Ivermectina.

E na odontologia? Desde o início, em meados dos anos 90, a odontologia baseada em evidências (EBD) ganhou gradualmente aceitação no entendimento dos profissionais de odontologia. Apesar disso, a maioria dos tratamentos fornecidos por dentistas não pode realmente ser descrita como baseada em evidências experimentais. Apesar disso, foi demonstrado que muitos dentistas prestam apenas serviço labial à EBD e a empregam vagamente. Se quisermos melhorar isso, precisamos avançar para produzir evidências de que os dentistas podem aplicar facilmente à sua prática cotidiana. Essa mudança impulsionará a odontologia para o campo da prática baseada em evidências (PBE);isto é, prática que utiliza abordagens realistas e baseadas em evidências para diversos problemas clínicos. A EBP nos fornece abordagens atualizadas do atendimento ao paciente, científicas, seguras, eficientes e econômicas.Quando a EBD foi concebida pela primeira vez, pensava-se que os dentistas não estavam interessados ​​nos trabalhos de pesquisa. Agora, existem centenas de periódicos produzindo milhares de trabalhos de pesquisa a cada ano.

Então por que os dentistas não aplicam ainda EBD?

Pode ser que exista muita informação disponível para os dentistas filtrarem e aplicarem na prática. A sobrecarga de informações dificulta aos dentistas determinar qual pesquisa vale a pena prestar atenção. Estima-se que, para os dentistas basearem seus cuidados nas evidências atuais da mais alta qualidade, eles precisariam ler e avaliar pelo menos um trabalho por dia pelo resto de suas vidas profissionais. As principais barreiras à implementação da EBD são geralmente relatados como resultado de tempo insuficiente, treinamento inadequado em EBD e falta de relevância das evidências para sua prática. Além disso, foi demonstrado repetidamente que, quando os dentistas procuram ajuda ou aconselhamento, eles recorrem a colegas ou livros didáticos em vez de trabalhos de pesquisa. Os dentistas preferem recorrer a colegas, líderes de opinião, representantes de vendas da empresa ou fóruns de mídia social para obter novas informações. Não é garantido que essas fontes confiáveis ​​estejam atualizadas ou mesmo corretas. Os líderes de opinião e os representantes da empresa provavelmente fornecerão conselhos motivados financeiramente. Os fóruns de mídia social não têm uma maneira prática de exercer um controle de qualidade sobre o que é postado e, ainda assim, devido à visibilidade dos casos publicados, é provável que tenham um efeito superinflacionado na prática. Isso ocorre apesar da falta de controle sobre apresentações de casos e distribuição de informações. Os dentistas precisam estar cientes das armadilhas das seguintes técnicas adotadas em tais plataformas, a menos que haja evidências para apoiá-las.

Uma resposta para esses problemas é utilizar fonte confiável e desenvolver diretrizes de prática clínica sendo fáceis de acessar, fáceis de seguir, economicamente viável e baseadas em evidências. Esses protocolos podem ser formalmente estruturados, incorporando evidências de alta qualidade, mas permitem que os valores de pacientes e profissionais sejam expressos. Essas diretrizes podem, por sua vez, ajudar cada profissional a desenvolver seu próprio procedimento operacional padrão para elementos de sua prática.

Não é fácil se manter atualizado, precisamos deixar um pequeno espaço de tempo para nos manter atualizados e saber aonde buscar as informações. Nós, da Endotoday, temos como diretriz a endodontia baseada em evidência científica por isso nos esforçamos em levar a todos assuntos baseados em artigos relevantes e importantes para a comunidade endodôntica.




Sellars, S. How evidence-based is dentistry anyway? From evidence-based dentistry to evidence-based practice.Br Dent J 229,12–14 (2020). https://doi.org/10.1038/s41415-020-1785-2

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