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Qual é a ampliação apical ideal?

Atualizado: 14 de jul.



o que é ampliação apical




Introdução

O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar a literatura existente e examinar se o tamanho da ampliação apical durante o preparo mecânico afeta ou não o resultado do tratamento em pacientes submetidos à terapia endodôntica não cirúrgica (NSRCT).


Métodos

Pesquisamos MEDLINE (PubMed), Embase, Cochrane Library e literatura cinzenta (janeiro de 2000 a maio de 2023). A seleção dos estudos e a extração dos dados foram realizadas em duplicata. Os estudos elegíveis foram avaliados criticamente quanto ao risco de viés e qualidade da evidência e foram meta-analisados ​​para estimar os efeitos do tratamento.


Resultados

Dois estudos foram incluídos na metanálise. A taxa geral de sucesso agrupada foi de 75,8%. As taxas de sucesso do tratamento com tamanho apical ≥ 30 e < 30 foram de 80,9% e 52,9%, respectivamente. Casos com tamanho apical ≥ 30 demonstraram resultados significativamente mais favoráveis ​​(RR = 0,63, intervalo de confiança de 95% 0,46–0,79, P  < 0,05). 


Conclusões

Com uma evidência de baixa qualidade, o tamanho do preparo apical ≥ 30 pode resultar em um resultado de cicatrização melhorado em termos de avaliações clínicas e radiográficas.



 

Análise Endotoday sobre a ampliação apical.


A análise deste artigo no contexto da endodontia revela uma abordagem meticulosa e cientificamente embasada para investigar a influência do tamanho do alargamento apical no sucesso da terapia endodôntica não cirúrgica (NSRCT). A metodologia empregada na revisão sistemática, incluindo a busca em bases de dados renomadas e a inclusão de literatura cinzenta, demonstra um esforço para abranger a totalidade da evidência disponível sobre o tema, minimizando o viés de publicação.

A seleção rigorosa dos estudos e a análise crítica quanto ao risco de viés e qualidade da evidência são fundamentais para assegurar a confiabilidade dos resultados. A meta-análise, uma ferramenta estatística poderosa para combinar dados de múltiplos estudos, foi utilizada para estimar os efeitos do tratamento, o que confere robustez às conclusões.

Os resultados indicam uma taxa de sucesso geral de 75,8% para a terapia endodôntica não cirúrgica, com uma diferença significativa favorável para casos com tamanho apical de preparo mestre ≥ 30, sugerindo que um alargamento apical maior pode estar associado a melhores resultados de cicatrização. Esta informação é de grande relevância clínica, pois sugere que a extensão do preparo apical pode influenciar diretamente o sucesso do tratamento endodôntico.

A literatura existente tem corroborado a importância de ampliações mais extensas nos terços apicais dos canais radiculares. Em seu estudo de 2005, Wallace utilizou microscopia eletrônica de varredura para demonstrar a necessidade de ampliações maiores. Por exemplo, na Figura 1, é evidenciado que, embora a lima esteja travada, ainda há um espaço considerável entre a parede do canal e a lima na região apical. Em contraste, a Figura 2 ilustra uma simulação de ampliação necessária para alcançar todas as paredes do canal, enfatizando a relevância de uma preparação apical adequada.



imagem de uma lima travada no canal porem com espaço envolta dela dificultando a limpeza do canal
Figura 1


Ampliação de 4 limas para se tocar em todas as paredes do canal radicular.
Figura 2

Além do que as instrumentações abaixo de 0,30mm de diâmetro a solução não chega na região apical independente do método de irrigação utilizado, clique aqui para ler o artigo publicado neste blog.

No entanto, a conclusão é cautelosamente apresentada diante da baixa qualidade geral da evidência. A limitação quanto à qualidade da evidência aponta para a necessidade de mais pesquisas, preferencialmente estudos randomizados controlados com alto rigor metodológico, para fortalecer a base de evidências sobre este aspecto específico da terapia endodôntica.

Em termos de implicações práticas para a endodontia, este estudo sugere que a consideração do tamanho do alargamento apical pode ser um fator importante na otimização dos resultados do tratamento endodôntico. Contudo, a decisão clínica deve ser ponderada com base na avaliação individual do caso, nas condições anatômicas do sistema de canais radiculares, e na experiência e julgamento clínico do endodontista, sempre considerando a limitação imposta pela qualidade da evidência disponível.

Em resumo, esta revisão sistemática contribui para o corpo de conhecimento em endodontia, destacando a potencial importância do tamanho do alargamento apical no sucesso da NSRCT. Entretanto, enfatiza a necessidade de mais estudos de alta qualidade para confirmar essas observações e orientar a prática clínica baseada em evidências.



 
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