Introdução
Comparar a cicatrização de dentes submetidos à microcirurgia endodôntica em seguimento de longo prazo (5-9 anos) versus médio prazo (1-4 anos) e avaliar a influência de diferentes preditores de cicatrização ao longo do tempo.
Métodos
Foi feito um estudo retrospectivo, comparando as taxas de cicatrização da microcirurgia endodôntica após 1-4 versus 5-9 anos de acompanhamento. A cicatrização foi avaliada com base em parâmetros clínicos e radiográficos. Modelos de regressão logística binária simples foram usados para analisar a influência da idade e sexo do paciente, tipo de dente, tamanho da lesão radiográfica anterior, extensão apical da obturação prévia do canal radicular, presença de pino, tipo de restauração e nível ósseo interproximal sobre o Taxa de cicatrização em microcirurgia endodôntica. A análise de sensibilidade foi utilizada excluindo casos de fratura vertical da raiz. Dois observadores calibrados avaliaram independentemente as radiografias periapicais.
Resultados
Um total de 332 pacientes (60% mulheres e 40% homens) foram incluídos no estudo. Dos 332 dentes analisados, 198 foram submetidos a acompanhamento de médio prazo (1-4 anos), com taxa de cicatrização de 86,9%, enquanto 134 foram submetidos a acompanhamento de longo prazo (5-9 anos), com uma taxa de cura de 67,2%. Não houve diferenças estatisticamente significativas em relação ao sexo, idade, tipo de dente, tamanho da lesão, extensão apical da obturação prévia do canal radicular, presença de pino ou tipo de restauração. Os modelos de regressão identificaram duas associações estatisticamente significativas: coorte e nível ósseo interproximal (p<0,05).
Conclusões
Uma taxa de sucesso de 86,9% foi registrada após 1-4 anos de acompanhamento, contra 67,2% após 5-9 anos. Excluindo os casos de fraturas radiculares verticais, na corte de seguimento mais curto (1-4 anos) a taxa de cura foi de 92,5%, contra 82,6% na corte com seguimento mais longo (5-9 anos). O prognóstico foi influenciado pelo nível do osso crista em relação à junção cemento-esmalte do dente, sendo significativamente pior quando a profundidade de sondagem foi > 3 mm mesial ou distal ao dente tratado.
Opinião Endotoday:
Neste artigo temos a visão correta da taxa de sucesso de uma cirurgia parendodôntica nos seus 4 primeiros anos temos uma taxa de 87% muito próxima a taxa de sucesso do implante mas cai após esse período chegando a 67% após 9 anos. (incluindo as fraturas verticais sem a fraturas verticais sobe para 92% e 82,6%) Mas o motivo da queda se dá não pela cirurgia em si mas sim pela alta presença de fraturas radiculares normalmente provocadas pelos pinos intra-radiculares. Podemos chegar a conclusão que a cirurgia parendodôntica é uma opção de tratamento viável.
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