O que é?
A reabsorção apical é um processo patológico que ocorre na raiz do dente, onde as células que revestem o ápice da raiz são destruídas e reabsorvidas. Essa reabsorção ocorre em dentes com lesões perirradiculares, ou seja, lesões no tecido que circunda a raiz do dente, ela é também conhecida como reabsorção apical externa ou reabsorção radicular externa.
As lesões perirradiculares podem ser causadas por diversos fatores, como trauma, infecção ou irritação do tecido periodontal. A reabsorção apical externa é uma resposta inflamatória do tecido periapical ao processo de infecção.
Como ocorre?
As células responsáveis pela reabsorção apical são os osteoclastos, células multinucleadas que fazem parte do sistema de inumológico. Os osteoclastos são formados a partir da fusão de células precursoras da medula óssea, e sua principal função é degradar o tecido ósseo através da liberação de enzimas digestivas, permitindo a remodelação e a reabsorção do osso.
Na reabsorção apical, diversas células inflamatórias podem estar envolvidas, incluindo células do sistema imunológico inato e adaptativo. Entre as células inflamatórias envolvidas na reabsorção apical, destacam-se:
Macrófagos: são células do sistema imunológico inato que atuam na fagocitose e na degradação de agentes infecciosos e detritos celulares.
Neutrófilos: são células do sistema imunológico inato que são atraídas para o local da lesão pela liberação de mediadores inflamatórios, como as citocinas. Na reabsorção apical, os neutrófilos podem estar presentes no tecido periapical e participar da resposta inflamatória.
Linfócitos: são células do sistema imunológico adaptativo que atuam na resposta imune específica a agentes infecciosos e outras substâncias estranhas. Na reabsorção apical, os linfócitos podem estar presentes no tecido periapical como parte da resposta imune.
Plasmócito é uma célula do sistema imunológico adaptativo que produz anticorpos em resposta à presença de antígenos. Na reabsorção apical, a presença de plasmócitos pode indicar uma resposta imunológica específica contra os microrganismos que causam a infecção.
A união das células macrófagos, linfócitos, plasmócitos e osteoclastos formam uma unidade de reabsorção que promove a reabsorção óssea e a apical.
Tratamento das reabsorções apicais.
Essas e outras células inflamatórias podem estar envolvidas na reabsorção apical, e a interação entre elas é complexa e depende das características específicas da lesão e da resposta imune do organismo. O tratamento da reabsorção apical geralmente envolve a redução da inflamação e a eliminação da causa da lesão, para que o processo de reparação possa ocorrer.
Então o tratamento endodôntico é o fator mais importante para a reparação das reabsorções apicais.
Por ter presenças de células inflamatórias na formação das unidades de reabsorções devemos evitar a movimentação ortodôntica durante o reparo apical. A movimentação ortodôntica e uma feito pela remodelação óssea portanto com presença de células inflamatórias que pode fazer que a radiolucência não regrida.
Reparo:
O processo de reparação ocorre em três etapas principais:
Formação de tecido de granulação: após a eliminação da causa da lesão e a redução da inflamação, células do tecido conjuntivo e vasos sanguíneos invadem o espaço periapical, formando o chamado tecido de granulação. Esse tecido é composto por células inflamatórias, fibroblastos, células endoteliais e outras células que participam da regeneração do tecido.
Formação de tecido mineralizado: em seguida, células chamadas de células osteoblásticas começam a depositar uma matriz extracelular rica em colágeno e outros componentes, que serve como base para a formação do tecido ósseo. Com a mineralização gradual da matriz, ocorre a formação do osso novo.
Reorganização estrutural: finalmente, ocorre a reorganização estrutural do tecido ósseo, com a formação de novas fibras ósseas e a reabsorção dos tecidos de granulação. Esse processo é regulado por diferentes mecanismos, como a liberação de fatores de crescimento e a atividade de células chamadas osteoclastos, que reabsorvem o tecido ósseo desnecessário.
E os cimentócitos começam a depositar cemento na região apical da raiz reparando as áreas reabsorvidas remodelando o ápice radicular.
